quarta-feira, 16 de abril de 2008

Tentativa inútil de construir um você aqui

Meus olhos percorrem o seu corpo no escuro
Minha boca procura a sua e só encontra o ar
Fazendo um arco no vazio e salivando a falta de um simples toque
Deixando a desejar o gosto amargo de lábios sujos
Mas na verdade tão doces que ardem no peito
Provocando a espera e a ansiedade de poder prová-los
Ao menos uma vez antes do amanhecer
De um lado ao outro da cama
Posso sentir seu calor invadindo o ar
Tomando todos os espaços me fazendo suar
Deixando minhas mãos vagando no vazio para desfazê-lo
Fazendo com que eu o sinta ainda mais
Quero alcançar o seu sorriso
Puxar seu ego junto ao meu e misturá-los
Para desaparecermos um no outro até não nos reconhecermos
Guardados como um segredo sussurrado ao vento
Que o espalhou em milhões de pedaços por planetas desconhecidos
Impossíveis de achar por estarmos juntos
Atravessando gemidos e uivos desajeitados
As quatro paredes que deveriam nos cercar nada vão dizer
Um suspiro inesperado revela o tempo que passou e o que sobrou
Um travesseiro, um lençol e um cobertor...
Trazem de volta o que costuma acontecer sempre
O tormento de uma noite inexistente
Na verdade só mais uma das muitas que virão
Tão vazias como eu costumo ser
Já não tem mais graça imaginar você...
Quem é você?

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