segunda-feira, 14 de abril de 2008

Desligando Radares

Quando olhava as estrelas brilharem
Em incontáveis noites de solidão
Tentava mudá-las de lugar
Nunca consegui alcançá-las
Com minhas mãos
Criando lugares e pessoas
Fico imaginando os prédios crescendo
Isso eu invento
Ou os ventos que entortam o vento
Trazendo ao mundo novos fragmentos
Em silêncio...
O silêncio me completa
Deixo as horas partirem
Só ouvindo o meu coração
Não entendo suas batidas
Descido esperar por alguém que não existe
Fazendo e desfazendo nós em um chão frio
Então...
Convido o escuro a participar da festa
Nele tento criar formas novas para o vazio
O vazio, a minha vida, nunca se adaptou...
Volto pra casa
Isso me deixa triste
Ando por toda a cidade só por andar
Na esperança de que alguma coisa aconteça
E um novo dia nasceu
Raios de sol vão dizimando a neblina
Minha paciência não espera esse ciclo se completar
Mas ninguém acreditaria seu eu contasse
Eu nem sou eu de verdade
Tentei esquecer do amanhã
Dando voltas no nada que há por aí
Ele veio só pra me jogar no chão
Fiquei preso à mesma idéia de decepção
Então...
Fechei os olhos pra ninguém me ver
Todas as minhas certezas viraram desilusão
Fiquei anos recolhendo pedaços do meu coração
Decepcionado desapareci
Reapareci, desapareci de novo!
Reapareci porque fui obrigado
Levo a fraqueza para o lado exagerado
Só assim tenho forças para me defender
Do que ainda eu não sei
Um dia vou entender
Ou me perder de vez
Vou desligar os radares agora

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